Promotor
Centro Paroquial do Estoril
Breve Introdução
ESTORIL EM CAMISA
Existe uma casa no Estoril onde o fado mora. Sempre que entro pela porta sempre aberta a quem está aberto de amizade sinto fado! Não porque é uma casa de fado e muito menos por se estar sempre na fadistice, por assim dizer, mas por ser fadistice! Por ter alma de Portugal! Mas não é o Portugal que hasteia a bandeira em casa para mostrar a grandeza do pequeno país! É o Portugal festivo na humildade grande que é demonstrada pela pequena e robusta face da bela europa olhando a ocidente sempre sonhadora, sempre olhando para fora, olhando sempre o mar! E é fado isso! É fado a nossa língua, a nossa saudade, a nossa poesia e o nosso teatro! É Fado! Teremos medo de admitir que o é?
Quando entro nessa casa, como amigo, sou recebido assim. Não há nada mais nosso, mais familiar a um português do que uma porta aberta. Às 3 da manhã começa-se a jantar. Tudo parece natural e mágico ao mesmo tempo. Aparece o jantar à frente sem se ver uma mão a passar. O vinho, que Baco nos não retirou por sermos uma nação de profícuos clientes, reenche-se por graça e pena de um copo vazio sem nem um estalar de dedos! E a conversa flui! Olhamos à volta e parece que o tempo voa entre decorações magnificas que compõem a casa dando-lhe identidade viva, ao contrário dos cubos daltónicos e vazios que se querem infiltrar na nossa sociedade.
Ao tempo do café, o ouvido capta um doce afinar de guitarras em vez do clássico Silêncio que se vai ouvir o Fado! - não é preciso gritar o silêncio- o silêncio faz-se porque se quer ouvir o silêncio cantado que o fado é. Quem canta é amigo e em amizade canta. Alguém coordena silenciosamente qual é o amigo que canta, dependendo do seu estilo. Não se quer três fadistas a cantar três fados tristes de seguida. Alterna-se, fazem-se intervalos, declamam-se poemas (e os guitarristas queixam-se dos dedos). A fluidez de como tudo acontece é a identidade da casa.
Já o dono da casa é exatamente o que a casa demonstra ser. Vendo como a casa se comporta, como responde às situações, conhece-se logo o seu anfitrião é aquele que dá a sua vida pelo motivo mais nobre, pela única razão de viver: juntar pessoas a cantar, falar e rir. De que serve uma casa vazia?
Entrar nesta casa e respirar, é uma avé-Maria e cada fado cantado, um Pai-Nosso. Entenda-se como se entender, a casa de que falo não se explica- Mostra-se. Venha vê-la então.
Ficha Artística
RODRIGO
RICARDO RIBEIRO
MARIA JOÃO QUADROS
SALVADOR TABORDA
GONÇALO CASTELBRANCO
MATILDE CID
LEONOR LAVRADIO
CARLOTA
BERNARDO ROMÃO FRANCISCO ZANATTI Guitarra Portuguesa
PEDRO SALTÃO Viola de fado
FRANCISCO CARDOSO Viola-baixo
Preços
1ª plateia central - 20 €
2ª plateia - 15 €
Laterais - 12 €